terça-feira, 25 de março de 2014

Roger Mello e Nahoko Uehashi vencem prémio Hans Christian Andersen 2014

O ilustrador brasileiro Roger Mello e a escritora japonesa Nahoko Uehashi venceram o prémio Hans Christian Andersen, atribuído pelo Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens (IBBY) a autores de literatura para a infância e juventude, foi esta segunda-feira anunciado.
O prémio Hans Christian Andersen, de carácter bienal e que adopta o nome do escritor dinamarquês, é considerado o Nobel da literatura infantil e juvenil e foi atribuído pela primeira vez em 1956.
Os vencedores, um na ilustração e outro na escrita, foram anunciados na Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, que começou esta segunda-feira em Itália.
Roger Mello, que já tinha estado entre os finalistas em 2010, tem 49 anos e 25 anos de carreira na literatura, tendo ilustrado cerca de uma centena de obras para os mais novos. [continua em Cultura P]

sexta-feira, 14 de março de 2014

Degustação: "ABC Contos Curtos", Carneiro (Bélier)

Berta era uma menina atrapalhada. Ela sempre deixava as portas abertas. Sua mãe, que era fazendeira, muitas vezes a repreendia, pois durante a ausência de Berta, cães, galinhas e até os leitõezinhos sujavam toda a casa.
Mas Berta não se corrigia de jeito algum. Um dia, quando sua mãe estava no mercado, Berta se distraiu brincando no jardim e, como de costume, esqueceu-se de fechar a porta.
O carneiro da fazenda escapou do celeiro e foi entrando calmamente na casa.
Como ele não encontrou ninguém na parte de baixo da casa, o carneiro subiu as escadas para o primeiro andar, onde havia, no quarto dos pais de Berta, um guarda-roupa com espelho. Quando o carneiro viu sua imagem no espelho, ele pensou que se tratava de outro carneiro. Então, o carneiro ameaçou dar uma chifrada, mas o outro carneiro fez o mesmo movimento.
Furioso, ele se levantou, mas o outro carneiro também se levantou.
Em seguida, o carneiro se lançou ao ataque, jogando toda a sua força contra o espelho, que acabou quebrando em mil pedaços.
Então ele desceu as escadas e saiu de casa, sentindo-se muito orgulho de ter colocado o outro carneiro em fuga.
Naquela noite, Berta foi severamente castigada por sua mãe, agora aprendeu a lição e não deixa mais as portas abertas.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Armada de Papel traz como ebooks o Universo de Beatrix Potter

As criações de Beatrix Potter, a escritora de livros infantis mais inspirada de todos os tempos, encantou gerações e agora estão disponíveis na Plataforma Kindle, em português.

Várias de suas histórias foram adaptadas para o teatro, cinema e televisão, mas sua vida foi sua história mais impressionante. Mesmo vivendo em uma sociedade altamente rígida, tornou-se um fenômeno da literatura e um exemplo de mulher no início do século XX.

Em uma época em que a maioria das mulheres de sua classe social desejava apenas conseguir um bom casamento, Beatrix tornou-se um ícone por defender aquilo em que sempre acreditou.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Degustação: "ABC Contos Curtos", Asno (Âne)

Havia, em uma aldeia, uma pobre velha, que tinha como companhia um pequeno asno. Ela o amava muito, porque ele era inteligente e bom, e ele parecia feliz por transportar em suas costas hortaliças e mantimentos que ela comprava no mercado da cidade. 

Mas alguns meninos maus costumavam rir da velha mulher e de seu pequeno asno. 

Um dia, eles gritaram para a velha: 

“Olá, mãe de asno!” 

“Olá, meus filhos,” respondeu a velha senhora. 

O asno, por sua vez, pareceu zombar deles, movendo suas orelhas e os meninos não conseguiram pensar em nada para responder. 

terça-feira, 11 de março de 2014

A Rainha da Neve: "Clássico atualizado da Disney em "Frozen: Uma Aventura Congelante" leva Oscar"

Los Angeles (EUA.), 2 mar (EFE).- "Frozen: Uma Aventura Congelante", uma detalhadíssima história de animação, com princesas, heróis e vilões, ganhou neste domingo o Oscar de melhor filme de animação, o primeiro para a Disney, que conseguiu a vitória com uma atualização de um clássico da literatura infantil.
Uma história modernizada, mas com o sabor clássico dos filmes mais tradicionais da Disney, venceu o irreverente animação de "Meu Malvado Favorito 2", de Universal; "Os Croods", um produto típico da DreamWorks; à delicadeza francesa de "Ernest & Celestine" e a "Vidas ao Vento", do mestre japonês Hayao Miyazaki, em uma edição na qual pela primeira vez a Pixar esteve ausente da disputa.
"Frozen: Uma Aventura Congelante", dirigida por Chris Buck, roteirista de "Pocahontas" e responsável por "Tarzan", e Jennifer Lee - que escreveu o roteiro de "Detona Ralph", é uma adaptação de um conto clássico, "A rainha das neves", de Hans Christian Andersen, que soube unir elegância com humor em uma filme esteticamente muito cuidadoso. Continua em Yahoo!Notícias

segunda-feira, 10 de março de 2014

"Degustação": O Conto do Vento

Quando o Vento varre uma relva, ele faz pequenas marolas como em um lago; em um milharal, ele faz grandes ondas como no mar: essa é a travessura do Vento. Então ouça as estórias que ele conta; ele as conta em bom tom, como música entre as árvores da floresta e, de modo diferente, quando espremido entre paredes com todas as suas fendas e rachaduras. Você sabe como o Vento persegue as nuvens brancas como se fosse um rebanho de ovelhas? Você ouve o Vento lá embaixo, uivando pela porta aberta como um vigia soprando sua trompa? Então também ouve como ele assobia nas chaminés, fazendo o fogo estalar e faiscar. Como é aconchegante sentar-se ao lume quente do fogo ouvindo os contos que ele tem para contar. Deixe o Vento contar sua estória! Ele pode contar mais aventuras que todos nós junto. Vamos ouvir:
“Ufa! Ufa! Vamos, vamos!” Esse era o refrão da canção do Vento.
“Próximo ao Grande Cinturão havia uma velha mansão com grossas paredes de tijolos”, disse o Vento. “Conheço cada pedra dela; eu já as conhecia antes que fossem usadas para compor o Castelo de Marsk Stig, localizado no cabo. Ele tinha que desabar. As pedras foram usadas novamente, em novas paredes de um novo castelo, construído em outro lugar, a Mansão Borreby", prosseguiu o Vento.
“Eu observei os homens e mulheres nobres de todas as variadas raças que lá viveram. Agora vou contar a vocês sobre Valdemar Daae e suas filhas!”
“Ele vivia de cabeça erguida porque vinha de uma linhagem real! Ele sabia muito mais do que caçar corças ou esvaziar garrafões; ele sabia como administrar seus negócios e era muito confiante. Sua esposa andava orgulhosamente pelos salões de pisos brilhantemente polidos, em seu vestido de brocado; a tapeçaria nos cômodos era maravilhosa, e a mobília era toda de madeira com motivos nela esculpidos. Ela havia trazido muito ouro e muita prata com ela; havia cerveja alemã na adega; cavalos fogosos relinchavam nos estábulos; Mansão Borreby era um lugar muito rico.”
“E havia também as crianças, três graciosas donzelas, Ida, Johanna e Anna Dorothea. Eu bem me lembro de seus nomes,” continuou o Vento.
“Eram pessoas muito ricas e aristocráticas; as meninas nasceram e foram criadas na riqueza! Ufa! Ufa! É distante”, bramiu o Vento e depois continuou com sua estória.
“Não se via no castelo, como se via em tantos outros castelos nobres, a esposa e suas filhas sentadas em um grande salão girando a roda de fiar. Não, ela gostava de tocar o alaúde e de cantar suas canções, as quais raramente eram as antigas cançonetas dinamarquesas, mas sim canções em línguas estrangeiras. Havia vida e contentamento, hóspedes distintos os visitavam constantemente, e havia sempre música. O retinir de taças de cristal era tão alto que nem mesmo eu conseguia abafa-lo. Lá havia arrogância e ostentação, cheia de senhores, mas sem as benções do Senhor!” contou o Vento.
“Então um dia veio um pedido de socorro,” disse o Vento, “quando eu vim do oeste. Eu vi navios naufragados na costa de Jutland Ocidental, circulei sobre a charneca e as sobre as margens verdes da Ilha de Funen, e agora venho até o Grande Cinturão, soprando e rugindo. Eu repouso na costa da Zeeland, próximo a Mansão Borreby, onde ainda existe uma linda floresta de carvalhos. Os garotos da vizinhança foram a floresta coletar galhos e ramos secos, para fazer uma fogueira na cidade, ao redor da qual rapazes e garotas cantavam e dançavam”.
“Ainda repouso por lá”, disse o Vento, “mas balancei um dos galhos trazidos pelo o mais bonito dos garotos e, repentinamente, a chama de sua pilha de madeira tornou-se a mais alta de todas. Com isso ele se tornou o líder entre os rapazes, com o privilégio de ser o primeiro a escolher uma prenda, uma garota para acompanha-lo. Era muita alegria e divertimento, do tipo que eu nunca encontrei na rica Mansão Borreby” completou o Vento.
“Então a Senhora Daae conduzia uma carruagem dourada, puxada por seis cavalos, em direção a Mansão. Estavam com ela suas três filhas. Elas eram de fato três lindas moças, que lembravam flores: uma rosa, um lírio e um jacinto. A mãe era como uma tulipa, orgulhosa e esplendida. Ela nem ao menos cumprimentava as pessoas no caminho, as quais paravam o que estavam fazendo para saudá-la com reverências. Pomposa como uma tulipa ela passava de cabeça erguida. Sim, rosa, lírio e jacinto, eu as via as três; e que prendas se tornariam um dia, penso eu. Certamente seus jovens seriam garbosos cavaleiros, talvez até príncipes! Ufa! Ufa! Vamos, vamos!” completou o Vento. “E assim que a carruagem passou, as pessoas voltaram à dança. A chegada do verão estava sendo celebrada em muitas cidades, em Borreby, na vila de Tareby e em muitas outras,” rematou o Vento.
“Mas quando acordei aquela noite, a Senhora Daae havia se deitado para nunca mais se levantar,” confidenciou o Vento. “Aconteceu com ela como acontece com todas as pessoas, não há novidade sobre isso. Pesaroso, Valdemar Daae sofreu a perda por um tempo: ‘a mais altiva árvore pode dobrar, mas não quebrará’. As filhas choraram e todos na mansão também choraram. Senhora Daae havia partido e eu também parti em seguida”, disse o Vento.
“Mais tarde eu voltei, como sempre volto à Ilha de Funen e às águas do Grande Cinturão, descansando em Borreby ao abrigo da bela floresta de carvalho. Lá, águias, pombos torcazes, corvos e ate cegonhas fazem seus ninhos; era o tempo da primavera, e enquanto algumas aves chocavam seus ovos, outras já cuidavam de seus filhotes. Como eles voavam! Como eles grasnavam e gorjeavam! O som de um machado podia ser ouvido, machadada depois de machadada; as árvores estavam sendo derrubadas. Valdemar Daae havia decidido construir um navio. Um grande navio de guerra, com três deques, o qual certamente o rei gostaria de comprar, e por isso as árvores deveriam ser derrubadas e os pássaros perderiam suas casas. O falcão fugiu aterrorizado quando seu ninho foi destruído, a águia e as demais aves fugiram enraivecidas, bradando sua ira e agonia; eu podia entendê-los bem. Os corvos e as gralhas guinchavam em escárnio. Caw! Caw!” contou o Vento.